se usam transportes públicos, pelo menos em Lisboa, já tiveram com certeza vários encontros imediatos com os mensageiros dos mestres feiticeiros de Algés aos Anjos.
os meus elevados padrões de cortesia não me permitem habitalmente desviar o olhar de quem se coloca no meu caminho, e, socializado com estes seres das entradas e saídas das estações de transportes públicos, já consigo controlar a reacção defensiva quando à porta duma estação um tipo me joga a mão direito ao bucho.
educadamente, digo "não", ou aceno com a cabeça que não, ou quando venho mais atento, estico logo a mão com a palma virada para baixo em direcção à mão que lá vem. ou mesmo as três.
o que me já me pareceu mais inocente e inócuo é aquela rápida reacção de recolher o braço e bater com o papelinho nos papéis da outra mão provocando um estalido que mais parece uma chapada sem mão e sem cara.
estou plenamente convencido que aquilo é parte, senão o todo de uma praga rogada a todos os que rejeitam o papelinho.
o observação animal vem partilhar conclusões emergentes da observação do animal sobre os animais. será sobre ocorrências da vida quotidiana. o que tem de distinto do blog habitual é que, o que o animal aqui partilha não tem necessariamente que seguir uma linha de raciocínio, exalar nexo, tão pouco agradar a qualquer outro animal. são pensamentos que se me ocorrem. poderão não ser profundos, poderão ser incompreensíveis, mas serão genuínos. é como me apetecer.
Let the games begin
(qualquer animal é livre de abandonar este blog assim que se sinta medianamente confuso)
27 janeiro 2011
a maldição do negro do papelinho branco
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4 comentários:
Por acaso hoje atingi novos níveis de má disposição em relação a uns mitras parecidos, tinha acabado de ver o saldo da minha conta após o depósito do salário e mal viro a esquina lá vinha um mitra daqueles, de uma associação de apoio ao ex-agarrado (tipos que quando eu tinha 3 trabalhos e dormia de pé nas aulas da secundária á noite, andavam a gamar e a picar para a veia), já vinha de papel na mão a dizer o tradicional bom dia, a minha resposta foi um bom dia tão seco que ele nem continuou, seguiu viagem, tenho de dominar esta técnica, parece que me vai sendo muito útil nos tempos que correm.
Dizer bom dia como quem manda morrer longe.
Hugo, eu acredito na recuparação e valorizo o esforço.
mas na minha própria luta pela sobrevivência tb não entro com donativos.
todos já agimos incorrectamente, dependendo da acção haverá ou não direito a uma segunda oportunidade... mas o que me irrita mesmo é aquela chapada papel com papel como se te estivessem a agredir.
(atenção que negro/preto não significa mitra/bandido, mas por acaso todos os "homens do papelinho" com quem me cruzei eram efectivamente negros)
O que me irrita nisto tudo, para o qual não é relevante a cor de pele, e por acaso os mitras por aqui são branquelas de tom avermelhado e por vezes até de fatinho, mas isso é completamente irrelevante, vão pedir esmola lá para a quinta da marinha, começo a ser muito pouco tolerante, vejo sempre o mesmo esquema esmifrando sempre os mesmos.
Andam de porta em porta a pedir esmola a reformados com reformas de 200 €, sempre perto do inicio do mês todos os meses.
No que me toca já não basta os impostos que pago e dos quais não consigo fugir servirem para a metadona dos meninos que nunca fizeram nada de produtivo para a sociedade, ainda tenho de mamar com eles uma vez por mês, só para me lembrar que se não cometer crime nenhum não picar para a veia tenho de trabalhar que nem um animal e mal ganho para comer, se tivesse investido no cavalo, alguém me arranjaria onde morar com uma renda social um subsidiosito e uma dose de metadona para curtir os elefantes cor de rosa.
Segunda oportunidade não pode ser sinonimo de fuder quem nunca fez mal a ninguém para dar a quem sempre se esteve a cagar.
esse tipo de argumento usado por alguma esquerda copinho de leite mete-me simplesmente nojo.
Acredito na recuperação, tenho um tio que é ex-agarrado, picava para a veia, dava-lhe no cavalo forte e feio, foi teu vizinho da frente, não teve apoios de ninguém de associação nenhuma e largou aquilo. Não é obrigatório que para haver uma recuperação tenha de haver chulice, muito menos sempre aos mesmos.
Pelo contrario, se não aprendem a combater a adversidade todo o argumento parvo vai servir justamente para voltar a consumir.
Olha hoje tá de chuva, dia escuro e triste, deixa lá dar um risco para me animar.
A vida custa e custa a todos, mas fico lixado quando comportamentos de merda são recompensados com andar de costa direita enquanto os outros tem de vergar o dobro para os sustentar.
a vida não se resume a uma habitação com renda social, um subsidio e uma dose de metadona. Até porque a metadona bate muito pouco.
não podemos abandonar os animais errantes, senão seriamos piores que eles.
Eu não tive vizinhos agarrados, até porque na Quinta da Marinha não há agarrados, só pessoal fino dos pózinhos.
o pensamento final a reter é mesmo que, somos todos UM
one world, one trip.
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